Incontinência da Ambiguidade - CAPÍTULO UM: A força da curiosidade.

   O bate-papo da internet deu sinal de vida com um pedido mediado por terceiros do e-mail e telefone do Androide 15, que relutou nos primeiros instantes. 15 não podia passar essas informações para desconhecidos! Mas a persistência foi tanta que o e-mail foi gentilmente cedido, e se iniciava a história que não era tão saudável quanto aparentava.
   Conversava com um e-mail fake, e o mistério da identidade foi mantido por algum tempo. E esse mistério era tão forte que, de alguma maneira, excitava intensamente o 15, que resolveu passar o número do celular. A primeira conversa rendeu várias horas e pistas. Foi interessante e instigante. Conversavam sobre a vida, desejos, e outras curiosidades. E a tensão do suspense e identidade não-revelada só fazia por aumentar.
   Tinha vezes que 15 se irritava com essa história de não saber com quem lidava. No entanto, dava toda atribuição necessária afim de desvendar esse mistério, se submetendo a humilhações próprias como  seguir ordens. Desejava descobrir muito mais que qualquer outra coisa.
   Era extremamente difícil ficar esperando qualquer contato repentino. 15 só possuía o falso e-mail. Apenas. Somente. Só restava esperar as chamadas de um número privado ou mensagens virtuais que eram trocadas no calor da madrugada. Esperar. Num dia sem expectativas o telefone tocava. Ou não.
   Mas tudo tem um fim. Mesmo procurando diversas vezes e seguindo as pistas fornecidas, nada era encontrado, o que apresentava apenas a hipótese da falsidade das pistas. Apesar do árduo trabalho, o Androide 09 foi identificado. 

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