Incontinência da Ambiguidade - CAPÍTULO FINAL: Desilusão necessária.

   Claro que não havia motivos de insegurança. 15 gostava de 09 e não queria prejudicá-lo. Isso já devia estar claro. E estava, apesar de 09 não enxergar.
   Como previsto, 09 retornara e mais uma vez deu um jeito de reacender aquele fogo que parecia estar no fim e quase se apagando dentro do Androide 15. E com poucas palavras, ele conseguia traçar seu objetivo, sem qualquer dificuldade. 
   Toda vez 15 despertava a ilusão de que o momento seria agora. No entanto, não era. Mas não havia muitas expectativas e ele já estava mais forte. Era apenas um hábito ou um passatempo. Acontecia e ele já estava preparado, pois a história se repetia.
   Até que numa dessas madrugadas, às 2h30, o Androide 09 subitamente apareceu. O momento parecia finalmente ter chegado. Alarme falso, novamente. Infelizmente só serviu para alavancar de uma forma inexplicável a brasa dentro do 15:

15 - O que você tá fazendo??
09 - Pensando em 1000 coisas..
15 - E eu sou u..
09 - Umas delas é você!
  
   Simples assim. 
   
  Uma pena se logo após isso o Androide 09 voltasse a sumir. Entretanto, aconteceu o temido. E a chama dentro do 15 de um jeito ou de outro vai ter que ser apagada. 09 pediu para esquecer do número do 15, que, ferido, pediu para ele nunca mais ligar. Esse deve ser o final da história. 15 e 09 não nasceram para ficar juntos - é uma espécie de amor ambíguo que só causa sofrimentos ao invés de alegrias. Um espinho e o outro cicatriz.
   

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